Problematizando os Discursos da Mídia Eletrônica (jornal) a Respeito do Mito de Uma Educação para o Conflito na Pedagogia do MST (movimento dos Trabalhadores Sem Terra)

Auteurs

  • Alexandre Prinzler Karpowicz

Mots-clés:

Educação no campo, Mídia, Discurso, MST

Résumé

O presente trabalho é decorrente de uma pesquisa realizada a partir das contribuições dos
Estudos Culturais em sua vertente pós-estruturalista e dos Estudos desenvolvidos por
Michel Foucault, que tem como objetivo problematizar a Pedagogia do MST (Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra), a partir da análise textual dos discursos presentes em
reportagens veiculadas em mídia eletrônica (jornais), a respeito do mito de uma Educação
para o conflito supostamente trabalhada nas práticas pedagógicas escolares das escolas
itinerantes. A metodologia utilizada pela pesquisa consistiu na análise documental das
reportagens de jornais em sua versão eletrônica. Desta forma, o estudo procurou destacar e
discutir os elementos discursivos recorrentes nas matérias jornalísticas sobre o processo
educacional desenvolvido pelos/pelas educadores/educadoras do MST. Nesse sentido, o
objetivo da pesquisa foi o de problematizar os discursos presentes nas reportagens,
evidenciando os jogos de verdade que constituem o mito de uma educação orientada para
os conflitos, praticada pelos/as educadores/as das escolas do MST. A pesquisa evidenciou
que esta suposta Educação para o Conflito, descrita nas reportagens analisadas, pode ser
considerada como um processo de não reconhecimento, por parte dos jornais pesquisados,
das práticas pedagógicas que são desenvolvidas nas escolas e que estão diretamente
vinculadas ao trabalho e a conquista de terras. Nesse sentido, a pesquisa também
problematizou o processo de pasteurização promovido por estas reportagens, que
desconsideram os elementos de ordem social, política, cultural e educacional, que
constituem o universo social dos alunos/as e professores/as das escolas itinerantes. Tal
processo auxilia na criação de uma imagem unívoca das escolas do MST, uma vez que
atores sem subjetividades, significam indivíduos sem identidades, portanto, personagens
sem história. Que buscam permanentemente seus direitos, ideais e reconhecimento.

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Publiée

2020-07-22