Identidades Infantis e Juvenis: Uma Pesquisa Pedagógica, Etnográfica e Histórica Sobre o Funk e Suas Inferências na Periferia de Porto Alegre

Resumo

Todo o sujeito é constituído por aquilo que vê, que ouve, que vivencia e a forma como lida com cada uma destas informações. A mídia, seja ela local ou global,  utiliza desta formação de indivíduos através de muitos produtos culturais que são carregados de ideias de mudança de vida, de “salvação”, muitas vezes vendidos e adquiridos por crianças e jovens que entram em contato com as letra, o visual dos artistas, as coreografias, os discursos, depoimentos, modos de falar, agir, de pesar, de ser. Sendo assim, o objetivo deste artigo é problematizar os ensinamentos e as influências que a “cultura musical”, mais precisamente o Funk, tem transmitido às crianças e jovens, influenciando-os a ser e alcançar algo, talvez inatingível, e como estes ensinamentos são compreendidos por eles. Para isso utilizei como referencial teórico autores do campo dos Estudos Culturais como Stuart Hall, Leni Dornelles, Jane Felipe, entre outros. O procedimento investigativo utilizado para esta pesquisa foi estudo o estudo Etnográfico em Educação, e as técnicas foram observação participante e entrevistas semi- estruturadas, com alunos de 8 a 16 anos de uma escola municipal de Porto Alegre, no primeiro semestre de 2014 e no primeiro semestre de 2015. Uma breve pesquisa sobre a história do gênero Funk também foi realizada. Ao analisar os dados encontrei indícios de uma “cultura salvacionista” e “utópica”, que são uma forma de “escape” da realidade, porém inalcançável para todos os envolvidos.