O Diário Transformou-se Em Livro!: o Caso de Conquista Espiritual de Antonio Ruiz de Montoya S.j.
Palavras-chave:
Conquista Espiritual, Representações, ManiqueísmoResumo
O livro Conquista Espiritual, escrito por Pe. Antonio Ruiz de Montoya, deve ser estudado em duas
partes: a primeira quando ele começou a ser escrito como um diário de campo entre os anos de 1612
até 1637; segunda, quando ele passa por uma revisão sistemática (1638/1639) visando o processo
contra os bandeirantes e sofrendo alterações que podem ser percebidas nos anacronismos
apresentados durante a narrativa barroca, que lembra em muitos momentos a obra do Pe. José de
Anchieta. No livro Conquista Espiritual notamos expressões repletas de afeto aos seus catecúmenos,
demonstrando um não distanciamento do contexto no qual eram desenvolvidos os acontecimentos,
mesmo que em certos momentos do texto utilize-se recursos histórico-literários para explicar o que
ele considerava como “milagres da Divina Providência”. É dentro desde cenário narrativo que a
Província do Guairá e os indígenas entraram para a história como figuras importantes para a
construção de um espaço de liberdade frente aos interesses coloniais. No livro Conquista Espiritual,
os jesuítas, os bandeirantes e os indígenas, assumem um papel principal sob as representações
maniqueístas, feitas a partir da visão de mundo do autor.