A relação entre a visualidade e a produção dos discursos paulinos: Uma análise a partir do discurso de Paulo no Areópago ateniense
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10573218Palavras-chave:
Visualidade, Discurso, Atenas, Areópago, Paulo de TarsoResumo
Todo discurso é produzido a partir e para um contexto específico, buscando sempre persuadir a audiência. Paulo de Tarso buscava por meio de seus discursos, principalmente, construir imagens do Cristo que fossem facilmente compreendidas, assimiladas e aceitas por sua audiência. Para isso, utilizava elementos sociais, culturais e religiosos gregos, romanos e judaicos. Ao produzir seus discursos, sejam os escritos, sejam os orais, Paulo tinha em mente o contexto que o envolvia e, como o contexto variava de cidade para cidade, o conteúdo específico de cada discurso sofria variações e adaptações, mantendo sempre, no entanto, um núcleo comum: o anúncio e a representação do Cristo. Como foi possível um homem jovem de origem judaica e propagador de uma nova crença surgida no contexto do judaísmo, logo monoteísta, adaptar seu discurso a um ambiente politeísta, multifacetado e multicultural como o Império Romano e o mundo helenístico? Este artigo parte da premissa de que a inserção ativa de Paulo neste mundo cultural, social e religioso, aliada à sua formação proporcionaram as ferramentas necessárias à realização de tal tarefa. Buscaremos relacionar os discursos paulinos com o seu contexto de produção, concentrando-se especificamente em questões relativas à visualidade, a partir do seu discurso no Areópago ateniense.