A Institucionalização da Perseguição: o Conflito Entre a Lanterna e a Lei de Segurança Nacional (1935)

Abstract

O uso da força pelo aparato estatal brasileiro na contenção das reivindicações populares é uma constante na história republicana do país, e em momentos chegou até a ser institucionalizada pelo Estado em suas versões autoritárias. A repressão aos movimentos operários conta com uma literatura extensiva, entretanto, essa produção intelectual sobre esse período majoritariamente se debruça na análise sobre a repressão aos setores comunistas, eclipsando os anarquistas nesse cenário. Com isso em mente, esse artigo objetiva apresentar o jornal anticlerical e anarquista A Lanterna e as suas críticas a Lei de Segurança Nacional em 1935, e como esse grupo se viu excluído do processo político e de seu direito de liberdade de expressão e associação no Brasil, tal como a particularidade desse discurso em seu momento histórico, ao mesmo tempo que procuramos entender a violência advinda do aparelho estatal como uma prática que encontra permanência na atualidade.