Política Externa Brasileira e Sua Relação Com Cuba: de Fernando Henrique a Lula (1995-2010)

Resumen

O presente artigo tem por finalidade lançar luz sobre as relações político-diplomáticas entre os governos de Brasil e Cuba, no período do governo de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, compreendidos entre os anos 1995 e 2010. Brasil e Cuba, devido a condições históricas latino-americanas de dependência, tem seu processo histórico balizado pela conjuntura internacional, com a mesma intensidade da conjuntura interna de cada país. Mudanças na conjuntura internacional, na virada do século XX para o XXI, bem como as transformações ocorridas no decorrer dos governos Fernando Henrique e Lula, nos auxiliam na compreensão das mudanças de postura em relação à ilha socialista. Analisando as relações a partir de Vigevani e Cepaluni e suas concepções de “autonomia pela participação” e “autonomia pela diversificação”, conclui-se que havia diferentes formas de buscar autonomia e desenvolvimento do Brasil. FHC acreditava que o neoliberalismo e a globalização eram inevitáveis, e, assim, era importante participar do jogo, para internamente tentar barganhar alguma vantagem ao país. Lula, por sua vez, não concordava com todas as regras neoliberais, buscando novos parceiros político-econômicos, sobretudo os emergentes e, quem sabe, liderar esse grupo.