Venenos de Deus, Remédios do Diabo: a Solidão no Compasso da Pós-independência de Moçambique

Autores/as

  • Bianca Basile Parracho
  • Cristina Arena Forli

Palabras clave:

Solidão, Mia Couto, Pós-independência de Moçambique

Resumen

Este trabalho analisa a solidão e sua relação com o período pós-independência em Moçambique. No romance Venenos de Deus, remédios do Diabo, de Mia Couto, o personagem central, Bartolomeu Sozinho, vive uma solidão reflexiva e opcional, trazendo à tona o sentimento de desamparo presente no país recém-independente de Portugal. A obra se encaixa entre o que Pitcher (2002) nomeia de segunda e terceira fases da história de Moçambique. A segunda fase começando em 1975, indo até o início da década de 1980, período de pós-independência, quando o regime socialista passa a ser vigente. A terceira, entre 1980 e 1990, evidencia a transição para o multipartidarismo. Esse ambiente repleto de contradições traduz o momento em que Moçambique busca, ainda, sua identidade como nação. Diante das marcas que a luta pela independência e logo depois a guerra civil deixaram, o país enfrenta o desafio de entender e defender sua cultura. O desamparo do país é, portanto, mostrado por Mia Couto, por meio da língua do colonizador, refletido no desamparo de um povo e, em especial, de um homem que não consegue enfrentar o fim do regime que lhe proporcionou alegria e satisfação e se deixa levar por um sentimento de afastamento de si mesmo, de seu país e dos outros.

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Publicado

2020-07-23

Cómo citar

Basile Parracho, B. ., & Arena Forli, C. . (2020). Venenos de Deus, Remédios do Diabo: a Solidão no Compasso da Pós-independência de Moçambique. Revista Historiador, (3). Recuperado a partir de https://revistahistoriador.com.br/index.php/principal/article/view/70